Foi assim que aprendi a me distanciar de cada medo de sentir o que as pessoas diziam serem assustadores, e eram. Eram porque, eu me lançava pelos cantos todas as vezes que eles ameaçavam surgir dentro de mim.
Eu corri, percorri cada rua a procura de força para poder conseguir expulsar de mim cada escolha que levassem a sentimentos imunes a razão.
Era tão difícil encontrar o peso e o chão flácido diante dos meus pés, onde tudo fugia do controle dos meus próprios atos. “Mas eu prefiro controlar”. Foi isso que eu pensei, aceitei, guardei e esqueci dentro de mim.
Retira essa revolta, essa vontade de fugir e pensar que não mereço a vida e que a vida não me escolheu pra merecer aquilo que ainda existe em mim que grita desesperadamente por uma rua, uma escolha, um gosto, uma Pessoa.
Revela pra mim o que se esconde por trás de tantos segredos que não me deixam encontrar o que ainda pode existir de bom nessa caminhada cansada e triste. Revela o som que ensurdece a minha vontade de ouvir. Revela a boca que traduz a forma de conseguir chegar. Revela o dia, a rima, a canção. Revela, por favor, revela pra mim o caminho, eu não consigo mais chegar.
Me sacode, me joga, me acorda de todas as vezes que preferi fugir, estar distante para não poder te olhar e perceber que eu ainda poderia amar. Se por acaso eu conseguisse pelo menos uma vez na vida abraçar a satisfação e o orgulho de lutar e lutar, chegando ao fim com a vitória nas mãos.
Eu quero ir, me deixa ir e encontrar outros caminhos. Eu quis ser forte e consegui. Consegui erguer a cabeça e afastar os vazios antes que eles chegassem. Eu quis a força e consegui, mas fui longe demais.
Todas as distancias são grandes demais, mesmo olhando para o outro lado da rua quando é você que está lá. São distâncias vazias e aceitáveis. Se eu não posso dar o próximo passo, eu fico aqui, só pra poder te olhar, te tocar com meus olhos.